quarta-feira, 27 de abril de 2011

Espera

Espera eu me arrumar, calçar meu sapato, colocar o casaco, tá frio. Espera meu coração acalmar, desacelerar, ou voltar a bater em uma velocidade mais eufórica, sabe como é, ele anda num marasmo tão grande que às vezes até vacila e esquece de bater por alguns milésimos de segundo, anda preguiçoso.  Deixa meu cabelo secar, e espero que ele não fique muito assanhado, mas se ficar também não vai ter problema, já me disseram que cabelo assim pode ser considerado um charme. Espera meu olhar focar e parar de ficar vidrado no vácuo, eu preciso de um ponto para me guiar, como não tenho, só fico indo sabe-se lá onde. E deixa minha respiração suspirar, me deixa sonhar, ou comer os sonhos. Deixa eu voltar a ser um pedaço de quem eu fui, ou um modelo de mim mesma mais madura. Deixe-me aprender, a saber, o que é ser maduro. E espera o momento que eu estiver sorrindo sem motivos especiais, ai vou estar bem. Atualmente ando fazendo uma força fora no normal para sorrir, sinto falta dos momentos que eu sorria e nem sentia. É como se eu estivesse numa vida com lembranças que não são minhas, mas que eu estou presente. E espera eu me recompor, eu juntar os pedaços de mim, deixa eu me refazer, ou me reinventar, sinceramente estou  tão perdida que não sei mais que sou, só sei que estou aqui. E quando eu estiver pronta, segura minha mão, me leva pra dar um volta, em um lugar bem ventilado, onde a brisa possa bater de leve no rosto, e o som ao ouvir no fundo seja o do mar, ou das árvores, ou de carros buzinando, não importa, porque por dentro eu saberei que estará tudo bem. E me puxa pra junto, se faz de porto-seguro, e diz que sempre vai estar por perto. Me faça engordar em jantares deliciosos ou comendo no botequim da esquina. Beba comigo enquanto eu fico gargalhando sem motivos e fique a me olhar, sem explicar, sem precisar falar. E eu deixo você segurar meu rosto enquanto eu fecho os olhos e sinto que tudo esta firme, que sou eu na minha vida e que tenho o controle de toda situação. E quem não poderia desejar tudo isso? Eu desejo, mesmo que meu olhar negue e me meu sorriso se feche. Mesmo que eu não te encare ou te descarte. Mas espera, espera por uma eu que esta por vir, ela será bem melhor do que eu sou hoje. Agora preciso ir, me arrumar, calçar meu sapato, colocar o casaco, tá frio.

sábado, 9 de abril de 2011

Sem mais.

As mãos se tocavam inquietas, os olhares nervosos, ele suava, ela lembrava bem isso. Depois de tempos, ficaram frente a frente, sentimentos a mais, desejos além. Ela insegura fisicamente, ele seguro e firme. Ela perdia a voz, travada, ele falava. A noite corria, os olhares trocados, se beijaram. E depois ficaram meio assim, sem saber o que fazer. Ele passou o braço envolto do seu pescoço, ela pequena, encaixava bem, sua pequena. Sorrisos tímidos, mãos inquietas, sem saber em que lugar pousar. O corpo do outro, totalmente desconhecido por perto. Um corpo estranho, mas agradável, confiável, mais que todos aqueles que ela tanto confiou um dia.  E era tão diferente de tudo que já teve, como se fosse algo bom, puro, não precisava esconder, mentir, só precisava acreditar que daria certo. E fez por onde, porque via que ele também fazia, sentia que ele queria, e por mais que ela negasse, era o mesmo que ela. Queriam se querer e se permitiram isso. Ela voltou a se olhar no espelho, e se agradar com o que via, era bem mais fácil fazer isso com alguém sussurrando ao seu ouvido coisas doce. E ele voltou a ser mais calmo, mais caseiro, e se tornou ‘apegavel’. E começaram a ver que as diferenças era só algo que somava, que daria pra encarar o ‘Eduardo e Mônica’ e ir além. E assim fizeram. Não seguraram firmes as mãos, não fizeram promessas, não falaram em futuro. Simplesmente deitaram no sofá, fizeram pipoca, se aninharam e ficaram juntos, sem mais. Sem precisar de mais.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ciclos

É como se tudo que começasse na nossa vida tivesse que ter um começo, meio e um fim. Ta, tudo bem que as vezes as coisas não são necessariamente assim. O fim chega antes do esperado e la estamos nós, encerrando mais um ciclo da nossa vida. E enquanto muitas vezes sofremos por aquele momento que acabou, não conseguimos enxergar que novos ciclos começam. As vezes nos pegamos pensando, ‘eu só queria que isso acabasse logo’ e quando nem nos damos conta, passou, outro ciclo encerrou. E nossa vida é assim, nós que não nos damos conta, são frações de felicidade, tristeza, euforia, pedaço de coisas que teimamos em chamar de sentimentos, quando na verdade isso não passou de mais uma etapa.  Por muitas, e muitas vezes, queremos pular ciclos, uns são mais curtos, outros mais longos, existem ciclos de uma vida, que só acabam quando uma das partes se vai. Outras vezes, o ciclo se fecha para um dos envolvidos, e o outro insiste, teima, não entende que já passou que seu momento chegou ao fim, mesmo que pra você, mesmo que no seu ciclo, o outro seja o principal foco. E teimamos, lutamos para que o outro veja que ainda não chegou ao fim, para nós. E guiamos nossas vidas por ciclo de anos, (é, nesse ano te desejo tudo de maravilhoso, que você consiga realizar todos os seus sonhos), ciclo de meses (no começo do mês vou quitar todas as minhas dívidas), ciclo de semanas (ah, na segunda-feira eu começo o regime, JURO!). O que não nos damos conta é que a vida é um ciclo sem fim, o hoje é um ciclo pro amanhã começar, pra daqui a uma semana, pra eu começar um curso novo, buscar um novo amor. E ficamos tão ligados a isso que por vezes nem vemos que já estamos rodando feito tontos embolando em meio a tantas frações de acontecimentos. Quando na verdade o precisamos mesmo, é parar. É botar a cabeça pra descansar só um minutinho, parar de ir com as coisas e escolher as coisas que queremos ir. E focar. Esquecer um pouquinho que o mundo pode esperar e realmente viver o hoje, só uma vez, como se fosse a ultima.

domingo, 3 de abril de 2011

Espelho de amor

E quando viver a vida do outro passa a ser mais importante que viver a nossa própria vida? Você simplesmente esquece de ser a pessoa que a outra tanto gostava e passa a ser uma forma de cobrança transformada em pessoa. Você quer que o outro seja uma transformação sua, e não a mesma pessoa por quem se apaixonou  não se dando conta que acaba sufocando, exigindo o inexigível.  E você fica procurando todos os defeitos, as falhas, onde o outro vai deslizar pra poder apontar, culpar e querer a mudança esquecendo o que era lindo, porque um dia com certeza foi.  E fica na esperança, ou melhor, na espera, de que com um simples passe de mágica o outro vai ser quem você precisa pra ficar inteira. E esquece que já foi um dia, que eram duas pessoas inteiras, completas, com qualidades e defeitos, mas que atraiam o próximo, e que se atraíram. E passam a anular o que foi bom, o que era pra ter dado certo, as músicas onde se viam coisas lindas no outro , se transformam em músicas melancólicas, tristes, onde ‘ ele não me ama tanto quando eu’, ‘mas se você me visse de outra forma’ , ‘logo eu que te amo tanto’. Cada um ama a sua maneira, e expressam esse amor de forma diferente. Não é exigindo o seu espelho de amor, que você vai saber realmente que o outro te ama, até porque, o amor não se exige, e quando é exigido, começa a ficar vago e perdido no caminho. E você sofre, sozinho, enquanto o que o outro quer realmente é distancia, porque você se tornou insuportável, indesejável, deixou de ser quem era, quem ele via e se tornou uma pessoa frustrada e insegura. E ai já é tarde, porque não vai adiantar você respirar e dizer que quer mudar, com certeza já tiveram essas conversas inúmeras vezes, querendo a mudança do outro. E não lembram que são duas pessoas com vidas independentes, e que quando estavam juntos era para somar e não para exigir a subtração do outro.  E nesse jogo de exigências sem se dar em troca, vão se ferindo, vão anulando pouco a pouco o que existia de positivo, por um esboço de amor que não existe e que não pode ser usado como parâmetro para a realidade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Às vezes esperamos que alguém abra os braços e te aconchegue, que segure tua mão só por um minuto. São desejos rápidos e simples que por vivermos tão cheios de nós esquecemos que é difícil viver sozinhos e só nos damos conta da falta que faz quando não encontramos.  Hoje eu busquei carinho, só encontrei dedos a me apontar, não tinha ninguém pra me abraçar. É difícil receber de volta o que não se dá.  Então não me restou outra opção, sozinha, dormi.

terça-feira, 29 de março de 2011

Sabe, não é por uma questão de gostar ou não. De querer manter barreiras ou não. É uma questão de se entregar, e eu não estou pronta. Por mais que eu sinta o que eu sinto, que por muitas vezes se confunde, eu não estou pronta pra entrar nesse teu barco agora. Sua maré está calma e a minha tsunami. Pode ser que em algum tempo atrás estivemos na mesma sintonia, mas a frequência mudou pra mim, e você continua ai, sentindo as mesmas coisas por um EU que não existe mais. Eu que antes de vidro, como tu mesmo já mencionasse, agora só o pedaços cortantes de quem eu já fui. E você querendo cuidar da mesma forma, se aproximar da mesma forma, mesmo sabendo, ou melhor, tendo a certeza que eu iria te cortar, e eu fiz. E farei novamente, porque eu sou assim, estou assim. Você vai sangrar sempre que tentar se aproximar, e não será por falta de aviso, sangrará todas às vezes.  Não é por você, não é sua culpa, não é clichê, mas o problema sou eu, não você. E mesmo que você se prontifique a esta ali, a minha espera, eu não posso continuar a te iludir que eu vou voltar a ser doce como já fui. A ser meiga e tocável como um dia você confessou eu ser. Porque as coisas mudam, e às vezes mudam de forma tão bruscas que acabam transformando quem se é. E foi isso que aconteceu comigo, eu entrei num furacão, e constantemente estou lá, entre coisas voando e girando ao meu redor, algumas me arranhando, cortando, dilacerando. Não se iluda que a dor precisa ser visível, tem dor que nem sabemos expressar, mas que são as mais intensas. E você esta ali, fora desse furacão, la embaixo em terra firme enquanto eu estou voando, e você sorrir e acena, como se eu estivesse pertinho de você, mas não estou, estou la em cima, toda cortada e você não me enxerga sangrar, não imagina minha dor. Fica simplesmente esperando eu descer e continuar, como se tudo estivesse bem, sem estar. E nessa sua tentativa em me trazer pra perto, você tira minha concentração em desviar das coisas que tentam me atingir, e me faz sorrir quando encosta minha mão e me puxa pra junto. Mas ai vem uma coisa de surpresa e me acerta em cheio, e eu sangro novamente, choro. E vou pra longe de novo, e você sorrir e acena, enquanto se ilude que eu vou voltar e segurar sua mão.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não agora...



Eu apagarei você da minha memória, deixarei no inconsciente qualquer lembrança boa que eu tiver de você, e sua voz eu não irei reconhecer. Não sentirei saudades das noites que passamos juntos, nem das palavras doces que trocamos, farei questão de esquecer o toque dos seus dedos no meu rosto. E não, não olharei pra trás na hora de partir, porque se eu olhar deixarei metade de mim, então sairei completa. Não vou guardar suas cartas e apagarei suas mensagens, esquecerei das coisas que cozinharia pra mim e não vou lembrar-me dos dias de chuva que passamos sob o mesmo guarda-chuva. Vou ser firme e não atenderei seus telefonemas, utilizareis de todos os artifícios que a mim estiverem disponíveis para não pensar nos dias incríveis que vivemos juntos. E esquecerei seu beijo suave, o toque leve dos seus lábios nos meus, e dos brutos. As mordidas, lambidas, a intimidade de tocar o outro, de ter o outro e de saber que o tem. Esquecerei a forma que minha cabeça se encaixava nos seus ombros, e de como suas mãos faziam voltas no meu cabelo enquanto ele simplesmente deslizava por entre seus dedos. E não lembrarei todos os gostos que provamos juntos e trocamos. Vou esquecer-me dos seus braços envolvendo meu corpo, da sua voz falando baixinho, dos seus dengos e carinhos. Da forma convincente de me fazer tentar e tentar outra vez. Vou ser minha, pra mim, inteira. Mas não agora. Não ainda. Prefiro voltar a tentar, mais uma vez.  Agora quero cuidar de você, te beijar novamente, sentir teus abraços de novo, dessa vez eu sussurrarei no seu ouvido e te direi tudo que você precisa ouvir. Não serei egoísta nem inconsequente, usarei de cautela nas minhas escolhas e espero que também o faça. Serei clara, e metade, esperando que você me complete. Não vou correr quando o medo bater à porta, mesmo podendo vir a chorar, mas não vou te deixar, não ainda, não agora. Vou aprender a pedir desculpas, eu juro, vou desculpar e parar de culpar. Saberei calar quando for necessário e ouvir quando precisares desabafar. Deitarei ao teu lado e eu mexerei no seu cabelo, fazendo voltas deixando simplesmente ele deslizar por entre meus dedos. E vou precisar olhar nos teus olhos, encará-los pra acreditar que ainda existe amor em ti, que eu ainda sou indispensável e indecifrável pra você.  E preciso que seja confiável, que não minta ou omita, preciso pressupor sua sinceridade, e acreditar nela. Preciso que seja fácil mesmo quando eu estiver difícil. E que fique calmo quando eu estiver histérica. E preciso de cuidado, de cuidar, de saber que ainda podemos funcionar. Da pra desistir sabe, parar de remar contra o dilúvio, da pra voltar atrás e jogar tudo de lado, viver sozinha sendo um pedaço de quem eu já fui e eu poderia, mesmo!, mas não quero tentar. Não agora.

segunda-feira, 21 de março de 2011

???


Eu nunca vou conseguir olhar no espelho e enxergar certeza. Sou a dúvida transformada em pessoa dando passos e respostas confusas. Não consigo pensar em nada que seja 100%, sempre fico 99, 98,97 isso sendo otimista...Acho que talvez por não ser tão positiva, sempre enxergo que a metade pode dar errado e esqueço da outra metade que poderia ter funcionado. E me agarro a essa metade negativa a transformando em lei. Pronto, não tem mais jeito. E de tão confusa que eu sou, posso dizer que hoje sou assim, e amanhã olhar pra você, com toda certeza do universo e dizer ‘oi, quem manda na minha vida sou eu, e eu que faço minhas escolhas’ quando na verdade, eu nem sei o que é escolher. E entre perguntas e respostas que nunca são determinantes, vou desviando do que possa me prender ou me comprometer. ‘Sim’ e ‘não’ são muito decisivos, prefiro o ‘talvez’, ‘acho’, ‘quem sabe’. E vou empurrando com a barriga. Engraçado que quando quero da alguma sugestão na vida de alguém, encho a boca e aponto o dedão  ‘você esta errado’ mas quando volto pro espelho, ‘acho que errei’ e talvezzz, só talvez eu peça desculpa, não por questão de orgulho, mas por não ter parâmetros de certezas reais. E entre o certo e o errado, sou prática, esperta ou talvez só covarde e fico com o duvidoso.

domingo, 20 de março de 2011

Reinventar

Se eu pudesse me reinventar ainda não sei como eu seria, mas sei, seria menos inconstante. Acho que um pouco mais positiva e levaria a vida mais a sério. Tenho quase certeza que depositaria uma pitada de esperança nos romances e acreditaria mais nas pessoas, acho que tenho tantas dúvidas pelo que me tornei, instável. No humor eu não mexeria, tenho o senso necessário para extrair cada frase solta que possa dizer outra coisa, principalmente o humor negro, nem vendo mais, já to dando de graça. Poderia tolerar mais a ironia, mas acho que isso só em outra vida, isso já é exigir demais da minha capacidade de aceitação. Se eu pudesse me reinventar, além de mudar alguns detalhes físicos (sou mulher,oras ), aguçaria minha inteligência, jamais escreveria tocir ao invés de tossir. E sorriria mais. E deixaria de sugar os problemas dos outros para mim. Ficaria calada mais vezes, muito mais vezes. Se eu soubesse, antes, o poder de ficar calada, jamais falaria.  Tenho o ‘dom’ de falar quando não devo e estragar todas as situações, principalmente as melhores. Falar deveria ser um privilégio e não uma regra. Se pudesse mudar  algo, seria mãe dos meus filhos e não dos meus sobrinhos. E exigiria mais amor da minha mãe. Do meu pai não, ele é amor. Acho que eu teria beijado mais na minha adolescência e me perdido menos na minha fase de jovem-adulto. Ainda ando sem caminho. E teria terminado o inglês, com toda certeza do universo eu teria terminado o inglês. E não teria perdido tantas oportunidade de estar junto das pessoas que realmente gostam de mim. É estranho pensar que tudo isso é fácil de resolver de um ponto de vista, afinal tudo na vida pode-se dar um jeito, principalmente quando se é brasileiro, um jeitinho. Mas acabo por me deixar camaleão, e vou me adaptando.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sexo frágil? Eu quero!

Bom era o tempo que cheinha era gostosa, que cozinhar era moda, que comer bem era luxo e ate se tinha aula de etiqueta pra isso, hoje nem precisa tanto, cinco garfos pra comer uma alface não rola. Estudar era só para homem, mulher tinha que ficar em casa cuidando dos cabelos, e que sacrifício cuidar dos cabelos naquele tempo. O bom eram as camas grandes de madeira, me diz, colchão box pra que? Celulite? Isso existia? Claro que não, não existia esses refrigerantes geladinhos assassinos. Vestido no joelho era bonequinha, bota um hoje para ver no que da, o negocio é calça amassando a bunda criando mil estrias, tem ate as ousadas sem calcinha que é pra poder ter alguma chance com a 'maxarada'. Agora me diz, quem foi que exigiu os direitos iguais, cadê a historia do sexo frágil!? Aposto que nenhuma mulher quer encostar numa bancada de bar, tomar um porre e pagar a bebida pra alguém, afinal somos delicadas, ou pelo menos fomos um dia. Quero concurso de Miss Suéter e não da mulher fruta mais ‘suculenta’ que todos tem direito de provar um pedacinho. E homens? Compromisso? Isso ainda existe pra eles? Porque? Se tem tantas, assim, dando mole  'facim'. Nada de vestidos, só terninhos, e por favor, nada de rosa, isso é cor do passado. Passa no vestibular, estuda 5 anos, arruma um bom emprego, encontra um cara que se passa por confiável, tem um ou dois filhos dele, (é por que na modernidade nada de família grande, isso é para os desocupados) completa teus 40 anos, ai tu já é velha, teu marido encontra outra, teus filhos são rebeldes, e torce muito para um deles não ser pai logo, pensas que vai ficar velhinha com teu marido e encontra ele com outra na garagem, claro, bem mais nova que você, ele vira um malandro, rouba toda tua grana, tu ficas com depressão, perde o emprego..ufa, e agora? Vai no armário da avó, pega um vestido rosa, cozinha pros teus netos e torce pra não ir parar num asilo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mesmo que eu quisesse nunca conseguiria esquecer de seus olhos sobre mim enquanto eu pegava no sono.
 Suas mãos sobre as minhas enquanto eu tinha medo.
 Mesmo que eu quisesse mudar, seu sorriso sempre será o mais sincero que eu vou conhecer e seu olhar o mais profundo.
 Será suas palavras que eu vou buscar quando a dúvida pairar, e mesmo depois de horas a discutir, você sempre terá a melhor solução para todas as minhas questões.
E agora eu te vejo assim, tão longe de mim. E tento de todas as formas ali, buscar ver aquele sorriso que eu não enxergo mais, só dor.
Sinto falto de sair por ai, sem destino, contemplando a estrada e falando do passado. Ouvir suas histórias que sempre me inspiraram.
Como pode assim? Tão rápido algo ficar tão saudoso?
E mesmo que o tempo não cure as cicatrizes, que o sorriso não volte a aparecer, e o olhar esteja cada vez mais cabisbaixo eu vou estar ali.
Vou morrer por dentro um pouco todas as vezes que olhar pra você assim, buscando te dar palavras de conforto, de carinho, e mesmo com tamanho dificuldade, sorrirá pra mim, como sempre, querendo me acalmar e mostrar que tudo esta bem, sem estar.
Se eu tivesse o dom de mudar o mundo, não mexeria em muita coisa, apenas em você. Mas não quem tu és, mas no que tu andas a sentir.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ficar bem!

E se você disser que vai ficar bem, eu te deixo partir. Aquelas lembranças que não me deixavam desprender de você, são o que me fazem suportar a realidade de não te ter mais. Se você disser que vai ficar bem, eu vou continuar a torcer por ti da mesma forma que sempre torci, e vou sorrir quando souber boas notícias. Vou lembrar de um tempo bom, que entre lágrimas e sorrisos tudo ficou marcado como nosso. Nada era de mais ninguém, eram os nossos lugares, nossa calçada, nosso portão, nossos degraus, nossos filmes. Eu sempre confiei na pessoa que você se mostrou pra mim, e te  levarei comigo num lugar banalizado por muitos chamado coração, sim, eu tenho um. Se você disser que vai ficar bem, vou partir triste, mas sabendo que uma parte boa de mim se fez presente na sua vida, e te transformou. E mesmo que nada fique tão bem assim, você vai me convencer que está, só pra eu não deixar de dar os meus passos. Se você disser que vai ficar bem, eu vou chorar feito criança porque sei que você não esta sendo sincero, eu sei que não esta bem pra você, mas como prometido, sua felicidade seria a minha.  E lembrei de você fazendo planos e promessas, dizendo como seria bom lembrar de tudo que passou, que la na frente seriamos fortes e que tudo era real. E foi. Foi um dos sentimentos mais reais que eu senti, e eu parti. Mas se você disser que vai ficar bem, meu bem, vou lembrar do seu sorriso de menino, da sua mão na minha, do seu abraço apertado, dos beijos trocados. Vou saber que o mundo transforma as pessoas, mas o que é puro, levamos pra sempre. E não vou contar nossa história pra ninguém, porque ela é nossa, e ninguém entenderia além de nós. Seria apenas gastar palavras que seriam mal interpretadas por tolos que ainda não conheceram o amor. E se você prometer que vai ficar bem, eu nunca vou deixar de te enxergar em tudo que ficou marcado, porque muita coisa pode mudar, mas existem coisas que nunca mudam e pessoas que nunca esquecemos. E se um dia eu estiver pensando em algo, e um sorriso tímido e feliz brotar no lado esquerdo, bem no cantinho dos meus lábios, vai ser você quem estará ali.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Simples bem-querer =)


Aqui estou eu, atrasada para aula e se eu n viesse aqui agora escrever isso, com certeza eu iria esquecer. Sabe aquelas pessoas, que surgem na sua vida e não sabemos o motivo real, então, elas começam a fazer parte do seu dia a dia, dividir problemas e alegrias com você, contar o que aconteceu no trabalho/faculdade ou qualquer outra coisa ocupacional, tipo quando batem no seu carro. Essas pessoas surgem sem motivos aparentemente visíveis e se encaixam ali na sua listinha de pessoas queridas e quando você se da conta, esta morrendo de saudades das conversas sem nexo, dos sorrisos, das coisas toscas que conversam e até mesmo se soltar um p* palavrão quando algo inusitado surge. Mas então, eu poderia dizer que são pessoas corriqueiras, que não somam ou diminuam na nossa vida, que simplesmente nos acostumamos a tê-las por perto. Mas convenhamos, isso não é simples assim, o que não sabemos e que consequentemente a outra pessoa não sabe é que além do costume e dos prazeres momentâneos existe algo maior que o acaso, existe o verdadeiro e simples bem-querer.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sendo quem vocês são

Hoje eu poderia falar sobre mil coisas, mas nada chega em concreto na minha mente. Busquei temas de amor, relacionamentos confusos, coisas tristes, temas de fossa, mas nada em específico chegou. Mas não sei porque eu pensei na minha vida, na minha história, em quem eu sou e como cheguei aqui. E me deu vontade de agradecer por tudo que eu tenho, por todas as pessoas que fizeram parte da minha vida. Do menino que me deu o meu primeiro beijo e me ensinou o que era bom. Das pessoas que me amaram, e as que me amam. Das amigas sinceras que me acolhem em seu cafofo sempre que eu preciso de um colo, ou até mesmo assistir uma aula pela manhã e daquelas que compartilham o mesmo cafofo também. Dos meus pais que entregam a vida por mim. Dos meus irmãos que parecem mais pais que irmãos realmente. Das minhas primas loucas e das burras-apaixonadas. E comecei a ter lembranças infantis, de como sempre tudo acabava em sorriso. Lembro de minha mãe não entrar em um aniversário e ficar la fora comigo porque eu tinha medo do palhaço. Do meu pai acordar cedinho, viajar quilômetros comigo só pra eu fazer um capricho de uma prova da aeronáutica que eu não tinha estudado e ele sabia que eu não ia passar, mas ele confiou. Das minhas amigas, que hoje nem as conheço mais, mas que detonavam uma lata de leite condensado comigo misturado com farinha láctea e suportaram ouvir meus sonhos infantis de quem-eu-vou-ser-quando-crescer. E é triste essa parte, saber que tantas pessoas importantes ficaram pelo caminho. O que reconforta é saber que novas pessoas surgiram, mesmo reconhecendo que pessoas são insubstituíveis. E agradeço a todos os romances que eu pude viver, cada pessoa oposta a mim que acreditou que unidos seriamos mais, e fomos. Não lembro de nenhum romance que tenha acabado assim, com uma tragédia irreparável , agradeço a cautela de ambas as parte, ou até mesmo um perdão posterior. É difícil entregar a vida assim na mão de outra pessoa e esperar que ela te faça feliz do jeito exato que você deseja, por isso surgem as insatisfações, mas eu agradeço por superar as minhas insatisfações diariamente e poder criar novas para superá-las (ou não). E agradeço especialmente a mim mesma, por mesmo com medo, mesmo com essa personalidade tosca que tenho, poder acreditar na vida, saber que eu sou forte e que vou onde quiser, mesmo que as vezes eu chore e não acredite no amanhã, sei quem eu sou por todas as pessoas que passaram e passam na minha vida, que foram sempre deixando um pedacinho de quem são e formando quem eu sou.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Só implicamos com quem gostamos ;)


-Oi.
-Oi.
-Morri de saudades de você.
-Ah foi? Legal.
- Você nem imagina como pensei em nós esses dias.
-Pensou é? Acho que pensei em você algumas vezes também.
-É, o tempo passa né, as pessoas mudam, você mudou.
-Pois é, existem coisas na vida que nos fazem mudar.
-Não, estou falando fisicamente, acho que você engordou um pouquinho, não sei.
-Poxa, engordei? Na verdade acho que engordei sim, estou precisando de um regime.
-É também acho que você deveria se cuidar enquanto nova, depois não tem mais jeito.
-Nossa, você já foi mais carinhoso comigo.
-Mas eu sou carinhoso com você, só estou comentando um detalhe físico seu que está deixando a desejar.
-Deve ser por isso que você não me ligou, não me queria gorda.
- Mas meu bem, eu nem sabia que você estava fofinha assim.
-Tudo bem, já entendi, no mínimo você tem outra.
-Não meu amor, já falei, só penso em você, senti saudades.
-Não acredito.
-Sai comigo hoje as 20:00?
-Se você não falar mais da minha gordurinha, estarei esperando.

Só implicamos com quem gostamos. ;)

Obs.: Nunca, nunca na sua vida chame uma mulher de fofinha.